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terça-feira, 17 de maio de 2022

OS TEMPLOS-PALCO DA GLÓRIA HUMANA


Muitos ditos seguidores do Cristianismo e da Bíblia têm perdido a sua essência atualmente. Os púlpitos que antes eram lugares onde a Palavra de Deus poderosa e transformadora era ministrada com muito quebrantamento, oração e autoridade da parte de Deus levando a Igreja a se aproximar mais de Deus e se arrepender dos maus caminhos têm dado lugar a uma nova tendência atual: os templos-palco.

Nesses templos, o líder  ou condutor do trabalho é o artista principal cheio de autoridade e fama (Ai de quem contrariar!), com participações especiais de bandas de louvor gospel e de grupos de coreografia no show causando sérias dificuldades de concentração na adoração para alguns. Ali se pula, se grita, se dança, se faz trejeitos, rodopios, respirações ofegantes e até mesmo piadas frívolas visando fazer a plateia rir e se descontrair, e o ambiente se tornar mais agradável e convidativo. Ali se profetiza cura, vitória, prosperidade, riqueza, ganho de liderança no trabalho, tudo em nome de Jesus, mas cuidado! Uma boa parte, embora em nome de Jesus, não é o Jesus Senhor, e sim um “Jesus-Servo” que deve “obedecer” à palavra e os gritos do homem com ares de todo-poderoso que está à frente.

E as “ovelhas” os seguem cegamente. Essa categoria de igreja-palco e de líder-artista cheio de poder e  de autoridade de origem duvidosa encheu o meio cristão. E de quem é a culpa? Alguns diriam ser do líder que engana os “coitados ignorantes”. Mas o que parece ser de fato é um espiritualismo com ares de negócios em que alguém vende o produto de que o outro precisa por um preço que o consumidor se sacrifica a pagar, pensando que o produto é bom. E quando o produto não funciona, se diz que ou o utilizador não teve fé, ou não o usou conforme o manual de instruções. De toda maneira, quando o “milagre” não acontece, a culpa sempre recai no consumidor. Todavia, se deixar enganar pela propaganda falsa de produtos e amuletos da fé não escusa ninguém, afinal de contas, cada ser humano tem um cérebro que pensa e julga, é plenamente responsável pelos seus atos e será julgado por suas escolhas tanto perante a lei divina quanto a humana.

Nos templos-palco, o líder se sente na obrigação de agradar o “rebanho”, e acaba fazendo do templo ou espaço cristão um verdadeiro clube de eventos, com programas de todos os tipos para atrair pessoas e fazer aumentar o hall de membros. Tudo vale para atrair a plateia. Para manter essas pessoas na comunidade, começa-se a aceitar ou fazer vistas grossas a toda categoria de comportamento e ação. E a Igreja vai aceitando tudo. E os valores cristãos se vão diluindo. E a Igreja se vai parecendo cada vez mais com o mundo. Hoje, os shows dos púlpitos com líderes usando até mesmo palavrões para atacar os que são contra ele e profetizar maldições sobre os incautos se tem tornado comuns. E o que se diria de aproveitar o púlpito para fazer propaganda política, sem o mínimo respeito à liberdade de voto garantida pela lei e ao tempo de adoração na igreja?

Nesses templos-palco, a atração principal são as mulheres. Os desfiles de moda, apresentando por vezes roupas colantes, transparentes, decotadas, curtas e provocantes, e maquiagens fortes e sensuais está a correr solto nos templos. Paremos para pensar um pouco nos homens cristãos sentados atrás de uma dessas musas. Como conseguem se concentrar na adoração a Deus? Quanto deve ser difícil para os nossos irmãos homens (Embora isso não os escuse se pecarem)! Urge que vozes masculinas cristãs de peso se levantem para falar mais alto a respeito desse tema tão emergente na Igreja.

Além de tudo isso,  a música profana, algumas com letras vergonhosas, chegou firme nos eventos de casamento nos clubes. Antigamente os casamentos eram nos templos, mas depois que apareceram esses espaços sociais (nada contra casamento em clube!), se aproveitou para imitar o mundo, às vezes com danças parecidas com o funk e até mesmo bebidas alcoólicas servidas com a desculpa de agradar os convidados não cristãos.  

Eis algumas questões para reflexão: Por que os templos-palco estão tão cheios? Por que prosperam tanto? Seria porque oferecem o atalho mais curto para a bênção, o milagre, a provisão e a situação difícil? Seria porque oferecem um deus-todo-poderoso-objeto e pronto a responder aos gritos da oração, às declarações de poder e às profecias humanas supostamente baseadas na Palavra, mas que negam a soberania divina e exaltam os homens-deus? Seria porque não se exista mais conversão genuína? Afinal de contas, quem não quer esse “evangelho” cujo seguidor pode ser como quiser, fazer o que quiser, se vestir como quiser, ir aonde quiser, se casar com quem quiser, e Deus o aceita como ele é, o abençoa nos seus próprios planos e desejos e assina embaixo das suas decisões mesmo que não sejam conforme a Bíblia? ... Seria porque se pensa que Deus, sendo um Deus de amor e de bondade, entende e perdoa tudo? Seria porque o universalismo (crença de que todos são salvos, pois, um Deus tão bom assim não mandaria ninguém para o inferno) entrou na Igreja? Seria porque se pensa afinal que um Deus tão gentil não poderia punir alguém que só quer ser feliz seguindo o seu próprio caminho?

A verdade nua e crua é que, no fundo, o conceito de renúncia de si mesmo e da sua própria vontade, do levar a cruz a cada dia e seguir Jesus e a direção da Palavra de Deus, acima de qualquer circunstância ou situação que tenhamos que enfrentar, tem perdido força no meio cristão e ficado longe de alguns púlpitos. O humanismo está a varrer a Igreja. Reflexão é necessária. Mudança é urgente. Acordar é primordial. E como Igreja e Corpo de Cristo, tomar as rédeas da situação e voltar às origens e à essência da doutrina cristã é redentivo. Que Deus tenha misericórdia de nós, Sua Igreja.

#porumcristianismoautêntico

#pelavoltaàsorigens

#temquehaverdiferençaentreaigrejaeomundo

#pelaBíbliaguiandoacimadascircunstâncias

#pormaisobediênciaesubmissãoàPalavra

#abaixoocristianismo-show

#abaixoostemplos-palco

#abaixooshomens-deus

#abaixoosrebanhosmaisseguidoresdehomensdoquedeDeus

 

Ps. O objetivo deste texto não é acusatório. Respeito quem pensa diferente de mim. O objetivo aqui é fazer refletir. Também, o texto não quer dizer que a Igreja não pode ser alegre, que não se pode contar uma piada, que não se pode ter uma linda banda de música sacra, que não se pode se divertir, que as mulheres não se podem maquiar com modéstia, que não se pode ter eventos, que não se pode casar em clubes, que não se pode fazer uma coreografia... Não! Se interpretou assim, entendeu tudo errado... A questão aqui é a motivação, as atitudes... Esta prática é conforme a Palavra de Deus? É para a glória de Deus ou a humana? É a obediência à Palavra que conta ou o número do hall de membros? É o Deus soberano ou o deus-servo que quero seguir? É compromisso com a verdade ou com a conveniência?...Etc. etc...